Tipo de exploração:
Sem uso, só para rega
Natureza da água:
Sulfatada
Indicações:
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[As alminhas sobre o Poço de S. João]
Época termal
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Reumatismo e doenças de pele
Nenhum dos informantes reconheceu estas qualidades:
“Para doenças de pele, aqui nunca constou isso… Antigamente iam lá buscar para beber, para fazerem a comida. A minha sogra, que Deus tem, foi lá muitas vezes com ela de lata à cabeça. Tem aquelas escadinhas de pedra e subia-se por ali acima com a lata à cabeça, que havia muita miséria de água. Antigamente, ainda eu era pequenito, fizeram uma escada na fraga, para se lá ir rapar com um pucarinho a água.”
Tratamentos/ caracterização de utentes
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Instalações/ património construído e ambiental
“O acesso é feito por oito degraus que descem do nível da rua, lembrando-se os antigos que o poço se encontrava mais alto e que muitas vezes as pessoas tomavam ali directamente o seu banho[…] A água brota dum rochedo xistoso, ficando detida numa pequena represa com uma janela de acesso” (Almeida 1970).
Esta represa entre os rochedos tem cerca de 5 m de comprimento e o caudal será perto dos 4500 litros por dia, por cálculo de um morador que daqui tira água para rega: “Cheguei a tirar de lá aos 9 mil litros de água e passado dois dias estava cheio outra vez.”
Sobre esta nascente foi construída uma “capelinha” onde num nicho se encontra a imagem de S. João; as escadas de acesso e própria janela da represa encontram-se actualmente protegidos por um gradeamento.
Mas à agua já só utilizada para regas: “Depois que abriram a vala aquela água ficou mais porca… Mesmo até o saneamento passa aí, deve haver perdas para lá.”
Natureza
Sulfatada, cloretada mista, hipotermal, fracamente mineralizada
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No Aquilégio (1726) é chamado de Poço Santo, “em cuja água tomam banho muitas pessoas indiferentemente para qualquer achaques que tenham, em que acham muitas vezes remédio, ou por milagre, ou por virtude da água, cujas qualidades se não conhecem”.
Almeida (1970) comenta: “Nunca houve instalações balneares adequadas, observando-se ainda hoje alguma concorrência apenas na noite de S. João pela arreigada crença do povo nas virtudes do Banho Santo.” Mas destes banhos nem os mais velhos guardam memória. Uma senhora de 85 anos comentou: “Banhos no S. João, aqui não, só se isso for muito antigo, eu já tenho 85 anos e não dou conta disso.”
Mesmo os bailes de S. João que se realizavam em volta da nascente há muito que se deixaram de realizar, mas persiste uma tradição para quem beber desta água, cujo aspecto não é muito agradável: “Aqui a lenda é assim, quem vem para aqui, uma criada de servir ou assim que venha para cá viver, se beber água do S. João casa cá. (risos) Dizem isso quando vem alguém de fora: ‘Vai beber água de S. João para cá ficares’.”
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Almeida 1970, Henriques 1726
Freguesia
Ervedosa
Povoação/Lugar
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Localização
No centro da povoação, num pequeno recanto por detrás do edifício da junta de freguesia.
Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Douro
Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona Centro-Ibérica
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas metamórficas (xistos)
Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3
Concessionária
Uso popular – actualmente só para rega
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais