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[A barragem - Foto: cnpgb.inag.pt]

 

Época termal
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Indicações

Reumatismo e dermatoses

Tratamentos/ caracterização de utentes

Segundo Lopes (1892), “a proximidade do rio Tejo, facilita o tratamento balnear misto, pelas águas desse rio e pelas das fontes minerais. Usam-se estas últimas geralmente em banhos e em loções, e algumas vezes internamente, para o que são também exportadas em quantidade. Nos banhos aplicam-se com a sua temperatura natural para as doenças de pele, ou aquecidas contra as afecções reumáticas.”

 

Instalações/ património construído e ambiental

Aqui o Tejo corria num vale apertado entre margens escarpadas. As Portas de Ródão ficam a montante mas o cenário era o mesmo, com escarpas quase verticais talhadas na época glaciar. Na margem direita, na confluência com a Ribeira de Eiras com o Tejo, o vale escarpado alargava-se um pouco para montante, e na margem esquerda erguia-se um modesto balneário.

Em 1952 foi concluída a barragem de Belver, e a subida do nível das águas formou um espelho de água com quase 3 km2, onde se encontra a praia fluvial do Alamal, que tem como cenário de fundo o morro e castelo de Belver. Submergidas pelas águas ficaram o pequeno balneário da Fadagosa do Tejo com as suas duas nascentes, a Fonte de Baixo e a Fonte de Cima, separadas por 30m.

 

Natureza

Sulfúrea sódica    

 

Alvará de concessão

1937 – Alvará de concessão de 29 de Janeiro a favor da Sociedade da Fadagosa de Belver-Gavião. Área reservada de 50 hectares.

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Historial

Tavares (1810: 156) descreveu-a como sendo “tão próxima ao Rio que, com as leves enchentes fica coberta de Inverno, a qual também denominam em razão da maior vizinhança de Fadagosa do Pego de Belver. Brota de entre penhascos em quantidade de uma telha de água, fria, cristalina, com cheiro próprio das águas hepáticas sulfúreas.”
É também referenciada por Pimenta na “Carta sobre o bom efeito dos Banhos da Fonte de Fedegosa de Belver na Elefantíase”, de 1815 (cit. Acciaiouli 1944, II: 119)
Em 1880 são descritas no Relatório do Director Geral de Obras Públicas e Minas. Junto da Nascente de Baixo havia um tanque de captagem, e na Fonte de Baixo um pequeno barracão em madeira, com duas tinas de “aspecto miserável”.
Em 1892 já eram três as barracas a servirem de balneários. Lopes (1892) descreveu assim esta Fadagosa: “No alveo e perto da margem esquerda do Tejo, no sítio denominado pego de São Braz, a 3 km ao nascente de Cadafaz e 5 do Gavião […] é de uso antiquíssimo, e, por estar próxima do leito do rio, durante grande parte do ano fica pelas águas fluviais coberto o local da sua emergência. As águas brotam de diferentes pontos, distantes entre si menos de 30 metros num terreno de rocha granítica, com muita areia fina e branca. […] O estabelecimento termal é por enquanto rudimentar, e consta apenas de três barracas com tinas de madeira. Muitos doentes, porém, não se utilizam delas. Com a areia, e nos sítios de onde as águas em maior quantidade emergem, arranjam toscas fontes d’onde fazem correr a água para tinas de madeira que perto colocam, ou formam escavações com represas, em que mergulham os membros afectados.
Em 1932 Charles Lepierre fez a análise destas águas classificando-as como hipossalinas, sulfúreas sódicas, primitivas.
Em 1935 o engenheiro Barbosa Braga apresentou a memória descritiva do local para o processo de atribuição da concessão, e descreveu as duas nascentes e os modos de utilização: “A água da Fonte Grande acumula-se num pequeno depósito e é elevada por uma bomba centrífuga a uma altura de 17 metros para um depósito de cimento situado ao lado do balneário e a um nível um pouco superior; ao pé do depósito está instalada uma caldeira para aquecimento da água proveniente do depósito […] Quanto a água da Fonte Grande é insuficiente, utiliza-se também a água da Fonte Pequena, que é enviada por bomba de mão para o depósito da Fonte Grande.”
O Relatório de Reconhecimento Geológico foi feito em 1936 pelo Engenheiro Pedro Joyce Diniz, que descreveu o terreno como “constituído por granito escuro, de grão fino, muito consistente, aparecendo coberto por xistos câmbricos nas partes em que a erosão não pôs ainda o granito a descoberto”. Um pouco adiante descreveu o balneário: “O actual Balneário funciona há cerca de 100 anos. Pelas plantas e cortes, anexadas ao pedido de concessão, se forma ideia clara da sua pequenez. Não dão, no entanto, os desenhos a impressão da pobreza que têm as construções. Apesar da pobreza, há, contudo, asseio. Tudo falta, no entanto, como instalações indispensáveis. É certo que estas Termas não podem aspirar a mais do que serem classificadas na 4.ª Categoria. Têm de ser pobres e modestas e apenas destinadas à clínica local”          

Os balneários consistiam em seis quartos de banho, junto destas pequenas casas de aluguer de quartos. Actualmente podem ainda ver-se restos desta construção quando as águas da albufeira baixam de nível.

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Alojamentos

Na zona de Belver há duas casas de turismo de habitação e a pousada do Alamal (exploração do Inatel)

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Assunção 1845, Braga 1935, Brandt 1881, Castro  1762, Diniz  1725, Calado 1995, Calazanas 1861, Chernovitz 1878, Contreiras 1937, Felix 1877, Lepierre 1932, Lopes  1892, Malheiro 1880, Narciso  1920, Narciso 1948, Pimenta 1815, Tavares 1810, Vale 1844,  Águas minerais do Continente e ilha de S. Miguel 1940, Le Portugal Hydrologique et Climatique 1930-42.

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Dados gerais

Distrito
Portalegre

Concelho
Gavião

Freguesia
Gavião       

Povoação/Lugar
Barragem de Belver 

Localização
A Fadagosa do Tejo encontrava-se na margem esquerda do Tejo, cerca de 200 m a montante do local onde se atravessa o rio sobre a barragem de Belver.  

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Tejo      

Zona geológica
Maciço Hespérico

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas ácidas e intermédias (granitóides)   

Dureza águas subterrâneas
50 a 100 (mg/l de CaCo3)

Concessionária

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Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 


O paredão da barragem e a sua posição em relação à corrente do rio Tejo (desenhos cnpgb.inag.pt)