AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[A casa dos banhos  visto da “casa do Parque“]

 

Época termal
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Indicações

Doenças de pele e reumatismo. Sendo sobretudo procurada para doenças de pele

Tratamentos/ caracterização de utentes

Hoje as termas estão quase em completo abandono. É pequena a frequência. Apenas um número limitado de doentes da região, chamados pela fama que não foi esquecida, aparecem a limpar mazela cutânea, sobretudo quando desiludidos do uso das pomadas (Almeida.1970)

Embora restaurado o edifício encontra-se fechado, não sendo mesmo possível à população local a tradicional recolha de água para lavagens domiciliares. “… eles é que ficaram com as chaves, aqui ninguém as tem. Aquilo está sempre fechado, dantes ainda se ia lá buscar água, agora não. (informante).

 

Instalações/ património construído e ambiental

Almeida (1970) descreve um antigo albergue em ruínas e o velho balneário construído sobre as duas nascentes, que se encontram na cave do edifício, onde estava também a caldeira para aquecimento da água e as banheiras em “forma do corpo humano, como sepulturas antigas cavadas na rocha. Na parte redonda de cada banheira, que corresponde à cabeça do paciente, colocou-se um calhau rolado servindo de almofada, para assentar a nuca”.
No local do antigo albergue os Parques (como aqui chamam ao Parque Natural de Montesinho), construí um pesado edifício de dois pisos, implantado numa área de cerca de 140m2, no seu interior (não visitado) encontram-se vários quartos de dormir, salas e cozinha no piso superior. O piso inferior pareceu-me mais dedicado a arrumos e apoio a uma futura praia fluvial a construir no local.
O edifício dos banhos, localiza-se mais perto da margem do rio, apresenta uma volumetria rectangular (10x3,5m) de um só piso, de paredes rebocadas e pintadas a branco. Na foto publicada em Almeida (1970, 2º, 199) vê-se um edifício com a mesma volumetria mas de construção em pedra seca, sem qualquer tipo de reboco, como é tradicional nas construções desta região.
Remarque-se que os Parques são teoricamente apoiantes e mesmo promotores da construção tradicional nas aldeias dentro da sua área, mas curiosamente não aplicam esse princípio. O conjunto construído, albergue e banhos, destoam completamente das construções da região. O albergue parece uma vivenda de montanha com volumetria exagerada, o banhos tem as velhas paredes de pedra seca rebocadas a cimento e pintadas com tinta plástica branca, o materiais empregues são pobres, a porta voltada para o albergue é de pinho pintado a verde esmalte, apresenta avançado estado de deterioração pelo caruncho, a outra porta e as duas janelas voltadas para o rio são do mesmo material, embora não seja visível a presença de caruncho é de supor que em breve também estarão deterioradas. 

Outra questão é o escoamento das águas destas nascentes não utilizadas, procurei na beira-rio o possível escoamento, mas não o encontrei, a Srª Adélia tinha razão: dantes tirava-se a água quando não era precisa, escoava-se para o rio, agora não. Aquilo deve estar tudo alagado, não tem escoamento”. Ou irá para a fossa séptica do novo albergue?

 

Natureza

Subgrupo das Sulfúreas sódica, hipotermal. Alcalino sódicas (Almeida.1970)    

 

Alvará de concessão

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Historial

Acciaiuoli (1944, V) fala em 4 nascentes, duas construções, a primeira com 4 tinas, a segunda com 12 compartimentos que servia de albergue, localizando-as na margem esquerda do Tuela.
 Almeida (1970): “Outrora as águas de Santa Cruz tiveram enorme frequência, acorrendo ali centenas de pessoas afectadas dos mais diversos males de pele, havendo curas espectaculares, sobretudo de eczemas crónicos e rebeldes de aspecto repugnante, indiferentes à terapêutica galénica” (Almeida.1970)

A tutela dos Parque Natural de Montesinho é recente, efectivou-se pelo estado de abandono em que se encontravam os velhos banhos, mas os habitantes deixaram de ter livre acesso às águas, o edifício encontra-se fechado e para a sua abertura é necessário pedir a deslocação de um funcionário a estes serviços.

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Alojamentos

Os aquistas instalavam-se no albergue em ruínas ou no segundo piso do balneário “ outros hospedavam-se em casas alugadas na aldeia de Santa Cruz, que dista 1km das águas; outros, ainda, acampavam no terreiro, dormindo ao ar livre” (Almeida.1970)

O albergue dos parques serve a grupos organizados com prévia marcação      

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Almeida 1970, Baçal 1909-38, Calado 1995, Correia 1922, Costa 1941,Lopes 1892, Rodrigues1906, Le Portugal hidrologique e Climatique 1930-42.

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Dados gerais

Distrito
Bragança

Concelho
Vinhais

Freguesia
Santa Cruz            

Povoação/Lugar
Banhos de Santa Cruz 

Localização
Em Santa Cruz no largo debaixo toma-se a Rua do Moinho,  caminho que conduz para a azenha desactivada, aqui atravessa-se o rio Tuela a vau, junto de antigo açude, os banhos localizam-se na outra margem a esquerda, mesmo defronte, a 1km de Santa Cruz  

Província hidromineral
B  / Bacia hidrográfica do Rio Douro      

Zona geológica
Maciço Hespérico – sub-zona Galisa média e Trás-os-Montes

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas metamórficas (Xistos), havendo na região vários afloramentos graníticos.    

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l CaCO3

Concessionária

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Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
Actualmente encontra-se sobre a alçada do Parque Natural de Montesinho
Tel.: 73381444/234/214  Fax. 273 381 179

Morada: Bairro Salvador Nunes Teixeira . lote 5 – 5300 Bragança

E-mail / site

n.d.

 

 


A “casa do Parque” visto da casa dos banhos.


A hospedaria na década de 1940 (In Acciaiuoli,1944)



O balneário na década de 1940 (In Acciaiuoli,1944)